Museu Secreto

São 121 nus inéditos de Rodin, todos eles explícitos, focados na masturbação e na homossexualidade feminina. Foram descobertos por Judith Cladel, amiga e biógrafa, após a morte do escultor, enquanto fazia o levantamento do espólio e encontrou escondida uma capa com o título, escrito à mão, musée secret (museu secreto).

Desde aí, início os desenhos raramente foram expostos, e quando isso aconteceu, sempre isolados. O conjunto foi agora reunido pela primeira vez no livro Rodin – Son Musée Secret (amostra aqui), editado pela Albin Michel e Museu Rodin, com direito a capa com fundo vermelhão e enquadrada na comemoração dos 100 anos da morte de Rodin (1840-1917).

São desenhos de trabalho, esboços, mas como explica Catherine Chevillot, conservadora e directora do museu, ainda que feitos de uma forma muito livre, estão na base daquilo que iriam ser os movimentos modernistas do século passado.

Como Afiar Um Lápis

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Esta curta-metragem com o cartunista David Rees é uma sátira, mas afiar lápis não deixa de ser um assunto sério. Fica aqui uma dica que não é mencionada na curta: só conseguem afiar um lápis, com facilidade e excelentes resultados, se não o deixarem cair.

A explicação é simples, quando o lápis cai, a grafite parte ou fissura, por isso é que quando estamos a afiá-lo (ou a usar) a ponta quebra com frequência. Ter uma boa aguça (apontador no Brasil) também ajuda, tanto para lápis de grafite como para os de cor, porque a firmeza e gordura dos materiais é diferente. Desde há muitos anos que uso uma fiel e segura Möbius+Ruppert, que é um bocadinho cara, mas compensa largamente. Uma faca bem afiada ou X-Acto são outras duas opções, mas como diz a sabedoria popular, mais vale um lápis mal afiado do que um dedo cortado.

Excellent short with David Rees. A satire, but sharpen pencils is a serious matter. And I think he missed something: you can only sharpen a pencil, easily and with excellent results, if you don’t let it fall down. Because when a pencil falls down the graphite core breaks or fissures. That’s why sometimes when you sharpen a pencil (or when you are drawing) the tip keeps breaking down. Simple as that.
Having a good pencil sharpener helps, and should be different for graphite or color pencil, since the core materials don’t have the same properties. I use a faithful and secure Möbius+Ruppert. A bit expensive, yes, but absolutely worth it. A very sharp knife or a X-Acto knife are other good options. But beware, newbies, you may cut your fingers off.

890 632 080 km

paulo-patricio-ola-universo-hello-universe-250pxHá muitas teorias e explicações sobre avatares, será este o plural?!, o que significam e o modo como nos representam. Este desenho é o avatar que uso em quase todas as redes sociais e perfis digitais, não sei bem porquê, mas gosto dele.

Hoje seguiu para o espaço, em forma de dados, num raio que partiu da Estação Terrestre de Jamesburg no Vale de Carmel, Califórnia, em direcção a um dos sistemas de estrelas, conhecidos como goldilocks, onde os cientistas acreditam existir planetas habitados. O objectivo é que alguém algures numa dessas zonas do espaço o receba e responda. Enquanto escrevo esta entrada, já percorreu 890 632 080 quilómetros, o que é admirável. Mais ainda: podem segui-lo através deste link, basta passarem o rato por cima dos anos-luz (LY) para verem a distância actual.

Tudo através da iniciativa Lone Signal, uma experiência que dá continuidade a outras iniciativas METI, sendo que a primeira a que me juntei foi o SETI@home aí por volta de 1999 (credo!), mas só e apenas para analisar dados. Aqui acontece o contrário, estou a enviar. Não vi por lá outras mensagens enviadas por portugueses, tirando a de um advogado, que é um anúncio de oferta de serviços, com morada e tudo, o que é literalmente um mau sinal, do país e do estado das coisas.

Quanto ao desenho, é um sorriso e um olá, de boa vontade, de parvoíce, de vitória, de medo. Quem cresceu a ver séries de televisão, nos anos 80 do século passado, identificará com facilidade o sinal e a saudação. Vou parar por aqui e omitir o meu passado dedicado a assuntos extraterrestres, assim como o meu livro de recortes com relatos e fotos de avistamentos e outras coisas eventualmente embaraçosas.

Voltando ao início, não deixa de ser curioso que avatar vem do francês, mas tem como origem avatāra, que em sânscrito significa descenso de um entidade celestial ou espiritual à terra. Aqui é o contrário: subi e estou a 890 632 080 km da terra.

25 de Abril

Hugo Patrício

Este é um desenho de que gosto muito, foi feito pelo meu irmão mais novo quando andava na escola primária. Tanto pode ser uma flor que se parece com um pássaro, como o contrário. Ou então, as duas coisas ao mesmo tempo: um pássaro-flor, uma flor-pássaro. A verdade é que, por alguma razão, sempre que olho para este desenho penso no 25 de Abril. Não sei o que o professor terá dito na altura ao meu irmão, mas se fosse eu, consagrava-o artista da turma e mandava-o para o recreio o resto do ano.

A drawing made by my younger brother when he was in primary school. I always liked it, because it could be a flower that looks like a bird or the opposite. Or both at the same time: a bird-flower, a flower-bird. For some reason it always reminds me of the Carnation Revolution. I don’t know what his teacher as told him, but if it was me, I would dub him artist of the class and send him to the playground for the rest of the year.