A Máquina do Hype #04

Máquina do Hype 04
© The Cobra Snake

Peças Novas

Vamos começar por uma injustiça, estávamos a deixar passar um grande-grande single de uma banda assim-assim: Fluorescent Adolescent dos Arctic Monkeys. Enche logo os ouvidos, mas o melhor é a letra [façam o favor de a ler aqui] , não importa que seja sobre raparigas, porque a verdade é que [quase] todos fomos adolescentes fluorescentes. Mas claro, um dia faz-nos falta qualquer coisa na vida, começam as crises e somos um buraco negro. Consta por aí que com músicas como esta, é possível reacender, voltar à fluorescência. Queremos acreditar nisso.

Peças Soltas

Na órbita folk, tropeçamos em Mona Lisa de Blair [nome infeliz nos dias que correm, mas enfim…], retirado do EP Pluto, sobre as mudanças que aconteceram, pós Katrina, em Nova Orleães e o facto de Plutão [“pluto” em inglês] ter passado de planeta para planeta anão. Bela associação. Ouçam o tema, alinhado com Half Moon, Wolfboy e Blues Song, todos para download gratuito e legal no MySpace.

Peças Usadas

A memória tem coisas estranhas: um vídeo dos Blondie fez-nos lembrar que Atomic pertencia a uma banda sonora, mas estava difícil de adivinhar qual . Depois de muito puxar pela cabeça, lá chegamos à banda sonora do filme Trainspotting, mas o Atomic que lá está, não é o dos Blondie, mas sim dos Sleeper. Este exercício de má memória exemplifica que não somos fãs dos Blondie, mas confirma que o original entusiasma mais do que a versão. Fica aqui o link para o vídeo, onde Debbie Harry está tão sexy que até um saco do lixo lhe fica bem [aliás, qualquer coisa lhe ficava bem por aquela altura], e por favor, estejam atentos ao senhor que aparece no vídeo aí pelos 2:38 min com um capacete na cabeça. Só por isso, está ganho o dia. Se querem perseguir outras versões dos Blondie, tentem One Way Or Another pelos Cansei de Ser Sexy, retirado do EP A Onda Mortal/Uma Tarde Com P, onde o punk da coisa está bem preservado.

Medição e Ensaio de Peças

Nota máxima para Party Time do recente We Know You Know das Lesbians on Ecstasy [ou Lezzies On X], banda de gajas que curtem gajas. No site delas não encontram este tema, mas há lá outros dois para download gratuito e legal que valem bem a pena: Tell Me Does She Love The Bass [The Jealous Mix] e Konstantly Kraving Kosa [Sean Kosa Mix]. A festa está garantida, se alinharem esta última com a remistura de Felix Cartal para L.O.V.E. de Ashlee Simpson. Caso entrem numa de dúvida sobre a vossa identidade sexual, ouçam imediatamente a seguir Where Is My Love de Cat Power.

Ruído da Máquina

Party Time
We Know You Know
Alien8 Recordings – 2007
Lesbians on Ecstasy

L.O.V.E. [Ashlee Simpson – Felix Cartal Remix]
We Know You Know
Myspace.com/felixcartal – 2007
Felix Cartal

Nota: A minha Máquina do Hype é publicada todas as segundas-feiras.
Os MP3s desta edição são autorizados, expressamente e por escrito, pelo[s] respectivo[s] autores[s] e serão retirados em 24 horas.

Entrevista Súbita Com Joe Matt

Joe Matt
© Joe Matt

A Entrevista Súbita desta semana é com Joe Matt, e como é habitual, já está online no blog Mundo Fantasma.

A obra de Joe Matt, ainda que volumosa, não é extensa, publicou apenas 14 títulos da série Peep Show em 14 anos. Pouco ou nada mudou entre o primeiro e o último número da série, Joe Matt continua a debruçar-se sobre os mesmos temas, pornografia, masturbação, preguiça, relações falhadas, etc, e do mesmo modo, confessional, honesto e hilariante. Isto poderá ser encarado como um mau sinal [falta de esforço criativo], mas se Peep Show é feito sobre episódios autobiográficos, a verdade é esta: a vida dele é que não mudou muito nestes últimos 14 anos.

Nada há a fazer quanto a isso, até porque muitas das histórias são um exercício público de expiação, tanto no que diz respeito a maus hábitos, como a defeitos de personalidade. Lá no fundo, é uma terapia que se arrasta há mais de uma década, sem grandes resultados práticos, a não ser as histórias de bd que faz e publica. O mais curioso, é que Joe assenta no princípio da “normalidade”, isto é, gostaria de ser como os outros, “normal”, mas ao mesmo tempo, é um cabrãozolas sem vergonha. Isso é que o define como pessoa, e por arrasto, como autor e personagem.

Se o Joe não fosse um cabrãozolas sem vergonha, na linha de outros grandes cabrãozolas, como Harvey Pekar e Robert Crumb, o que seria dele? O que teria para nos contar? Quero acreditar que muito pouco, até porque é um assumido preguiçoso. E ainda bem.

The Sudden Interview of this week is with Joe Matt and it’s already in Mundo Fantasma. Joe Matt [1963, Philadelphia, Pennsylvania – USA], is a cartoonist. Started publishing Peep Show in 1987, a highly confessional and autobiographical series were he tells about his troubled relationships with women, friendship with authors like Chester Brown and Seth and examines is porn addiction [Joe dubs porn movies] and his laziness, among other neuroses and habits…check out the interview and a extended version this mini-biography in Mundo Fantasma!