Hoje à noite, por volta das 22h, vou estar na Velha-A-Branca, em Braga, para uma Conversa no Tanque.
A conversa, para além do meu trabalho, será também sobre a minha colecção de singles de música popular urbana portuguesa. Tenho dezenas deles, alguns de gente que ainda anda por aí, outros que não faço a ideia quem sejam, se cantam ou deixaram de cantar, se vivem, sobrevivem ou já estão mortos e enterrados. Quase todos cançonetistas populares, de segunda ou terceiríssima linha, para não dizer categoria.
Sempre que alguém vem cá casa e pergunta se os colecciono [quem pergunta isto, suponho, também está a perguntar se entendo de música portuguesa], respondo que só pelas capas e que nunca os ouvi. É ingrato, e talvez infeliz, mas o meu fascínio por estes singles está apenas nas fotos, títulos e textos das capas. Resumindo: interessa-me tudo, menos a música. É que para mim, aquilo que está nos detalhes, vale mais do qualquer boa entrada de um dicionário ou enciclopédia. E neste caso, aposto, aquilo que está nas capas vale mais do que a própria música.
Fica aqui o convite para aparecerem, descobrirem quem é o misterioso Parafuso, qual o motivo da indignação artística de António Severino e José Crispim ou tentarem perceber quem é, afinal, o promissor talento musical que dá pelo pseudónimo de Homini Orchestra!
Estas e outras pérolas em conversa, a meio caminho entre a reflexão séria e o disparate completo.