Categoria: Projectos
Sketch du Jour #90
Sketch du Jour #89
Sketch du Jour #88
A Máquina do Hype #03
Peças Novas
Miss Odd Kidd poderá, com facilidade, confundir-se com Lady Sovereign. Verdade seja dita, todas as rappers inglesas têm o seu quê de Vicky Pollard, “no but yeah but yeah but yeah no but yeah…”, e por isso mesmo, são altamente confundíveis. Deixando de lado este tipo de comentários, que noutros lugares seriam motivo para linchamento público, esclarecemos que Weed Wine and Wankers de Miss Odd Kidd tem animado as nossas noites, remisturas de Sluttt e Drop The Lime incluídas [sem discutir qual das duas a melhor]. A única falha que podemos apontar a Miss Odd é a falta de rudeza, nota-se pelas letras que tem ainda muito “no but yeah but yeah but yeah no but yeah…” para percorrer. E para que não fique qualquer mal entendido, Lady Sov está para nós, como Nossa Senhora de Fátima está para os católicos: lá nos altos. Neste caso, dos subúrbios.
Peças Soltas
Moodymann. Nem sabemos bem por onde começar: se pela valente [re] mistura de funk, soul, jazz e house no recente 12″ Technology Stole my Vinyle, ou se pela vontade de abanar cabeça e corpo que uma coisa destas nos dá. O que sabemos, é que se houve uma noite um DJ que nos salvou a vida, houve um dia em que a tecnologia roubou o vinil. E ainda bem.
Peças Usadas
Pouco se salva em Supply and Demand, aborrecido exercício eu + eu = eu de Amos Lee, mas claro, há uma excepção e dá pelo título de Sweet Pea. A voz, suavíssima; a melodia, country pop dizem; e o chavão “you’re the only reason I keep coming home” usado na letra, são bons motivos para seguir estrada fora. Façam a experiência: liguem o iPod ao rádio do carro, coloquem em loop Sweet Pea e arranquem sem itinerário definido. Quando cair a noite e estiverem sei lá bem aonde, assim meio perdidos, lembrem-se que o único motivo para voltar a casa é o amor da vossa vida. Isto se souberem o caminho de volta, e como é óbvio, tiverem alguém à vossa espera. Caso contrário, se não são dados a experiências tontas, ouçam Hot Wax de Michael Andrew enquanto a fila de trânsito se resolve.
Medição e Ensaio de Peças
Nota máxima para Weird Science, dos Does it Offend You, Yeah?, também para Patrick 122 e Transexual, de Mr. Oizo, homem da “french electro”, e ainda para Pára de Gracinha [Euro Crunk Mix] com MC Leka, retirado de Funk Mundial #3, do duo italiano Crookers. Ligam todas bem, e escusado será dizer, são altamente dançáveis. A negativa vai para Icky Thump dos White Stripes, que fez furor junto dos fãs e de quem se lembrou de dar uma vista de olhos à letra [ou pelo menos a uma parte dela], mas a verdade é só uma: fartos de revisionismo musical estamos nós.
Ruído da Máquina
Pára de Gracinha [Euro Crunk Mix]
Funk Mundial #3
Man Recordings – 2007
Crookers
Nota: A minha Máquina do Hype é publicada todas as segundas-feiras.
Os MP3s desta edição são autorizados, expressamente e por escrito, pelo[s] respectivo[s] autores[s] e serão retirados em 24 horas.
A Máquina do Hype #02
Peças Novas
Os franceses estão a voltar em força, é o que se tem espalhado por aí. Por aqui, é certo que relíquias como Plastic Bertrand [ainda que belga], Mathématiques Modernes, Elli & Jacno até aos mais recentes Stereo Total [ainda que meio alemães], Air, Daft Punk e Nouvelle Vague estão entre os favoritos de sempre. O detalhe linguístico, se cantam ou não na língua materna, se a misturam com outras ou não, é de todo irrelevante. Talvez por isso, tanto são boas as surpresas exclusivamente cantadas em francês, Prototypes [atenção: EP à borla, aqui!], como as bilingues, Plasticines, e aquelas que chegam num inglês bem disfarçado, como Martin Solveig. Depois disto, só faltava aqui quem cantasse em “broken english”, e aí estão os SoKo, a cantar num inglês medonho, mas tão honesto e singular que mete dó. Verdade: Taken My Heart e I’ll Kill Her são músicas que entram pelo ouvido, não querem sair da cabeça e fazem o coração arrepiar, confirmem-no aqui. Sejamos honestos: antes isto, do que o maudito David Fonseca.
Peças Soltas
John Cooper Clarke. O historial do homem é complicado, brilhou na década de 70 com o punk e nas seguintes apagou-se à conta da heroína. Pode dizer-se, à falta de melhor, que é um poeta de rua [há quem o trate por Bardo de Salford] e cruza spokenword com electrónica, punk e sabemos lá mais o quê. Numa expressão: música não identificada. Nada melhor então, acharam os produtores da série ao ouvirem a música de Clarke, do que Evidently Chickentown para acompanhar a tensão existencial [?] entre Tony e Chris no fecho de Stage 5, um dos últimos episódios dos Sopranos. Por aqui, depois de Evidently Chickentown, retirado de Snap, Crackle & Bop, fomos atrás da compilação Word of Mouth e de lá arrancamos uma pérola, I Don’t Want to Be Nice.
Peças Usadas
Aí por meados da década de 90, Armand Van Helden era um Midas entre Djs e produtores. Enumerar aquilo em que tocou e transformou em ouro, de Fine Young Cannibals a Daft Punk, seria o mesmo que escrever uma página sobre a história das grandes batidas daquela década. Entretanto, o House foi-se e o toque de Van Helden também, mas surpresa!, depois da eficaz mistura de Sexy Back [de Timberlake, claro], ressuscita em Ghettoblaster, último álbum, com Playmate. A batida é muito noventas, a voz é assim-assim, agora que é altamente dançável, é. Pior: deixa ficar a suspeita que o House ainda vai voltar. Mau Maria.
Medição e Ensaio de Peças
Nota máxima para o hip hop africano, recolhido na compilação African Underground: Depths of Dakar da Calabash Music, em particular o som de Sen Kupar. Do hip hop africano para o funk e deste para o kuduru [faz tudo sentido, não faz?!], os Buraka Som Sistema fizeram misturas de Gasolina, dos Bonde do Rolê, e Birdflu Guns Up, da M.I.A. Gostamos mais do primeiro, o outro é um bocadinho um tiro no ouvido. Mas pronto, infelicidades destas acontecem.
A minha Máquina do Hype é publicada todas as segundas-feiras.
Sketch du Jour #87
Até segunda-feira.
See you monday.