Máquina do Hype #20

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© Last Nights Party

Depois de um longo intervalo, a Máquina do Hype está de volta, e novidade! novidade!, apresenta-se em versão miniatura no Twitter, aqui.

(… e já há lá muita coisa, como um link para o MP3 gratuito da grande remistura dos Crookers de Day ‘N’ Night de Kid Cudi!)

Limitadas a 140 palavras, o que ajuda muito a debitar novidades e links com rapidez, as actualizações serão mais frequentes e directas ao assunto, por isso vão passando por lá e façam-se “followers”. Também podem receber as twitadas da Máquina gratuitamente via SMS, para isso basta registarem-se e seguirem as instruções.

Aqui, acontecerá de longe a longe, em moldes diferentes, no entanto, mensalmente será feito um apanhado daquilo que foi colocado no Twiter.

E como o bom tempo chegou (chegou, não chegou?!), fica aqui Toe Jam dos The Brighton Port Authority, projecto criado por FatBoy Slim em 2007 e por onde vão rodando convidados, como Iggy Pop em He’s Frank (que faz parte da colectânea oficial da série Heroes), original dos The Monochrome Set.

Se numa versão inicial Toe Jam contava apenas com David Byrne, agora conta também com a participação de Dizzee Rascal. O vídeo, realizado por Keith Schofield, tem ar de filme softcore do início de 1980, não é difícil encontrar algumas semelhanças entre os figurantes e gente como Ron Jeremy, John Holmes, Jenna Jameson, Jamie Gillis, Veronica Hart ou Christy Canyon. Coisa pouco original a nudez, não fosse as barras negras que censuram as partes íntimas servirem de motor criativo, entre jogos e metáforas visuais, para todas as cenas.

Resumindo: Toe Jam dá para gingar e matar saudades, fala de calor e dedos dos pés, é óbvia e consensual. E como qualquer outro grande amor de Verão, já ninguém se vai lembrar desta música quando chegar Setembro. Ainda bem.

Máquina do Hype #16

Hype 16
© Last Nights Party

A segunda época da Máquina abre com aquilo que ficou pendurado entre o início de Agosto e final de Setembro. Seria ingrato ignorar os e-mails que foram recebidos nesse período de tempo, mais ainda quando chegaram com MP3s gratuitos. E como os tempos estão complicados [enfim: crise bolsista, famílias portugueses despedaçadas financeiramente pelo regresso às aulas…] não se pode, de todo, desdenhar aquilo que nos é oferecido de bom grado. Ou como diz o povo: a MP3 dado, não se olha a bitrate.

Peças Novas

Há alguns anos que a Engine Room Recordings trabalhava no projecto, pedir a vários músicos “alternativos” que cantassem temas “mainstream” de que gostam, mas só no passado mês de Maio é que o mesmo ganhou nome, Guilt by Association, e no início de Setembro foi editado. Com sentimento de culpa, e alguma vergonha à mistura, é este o alinhamento:

The Concretes – Back For Good (Take That)
Porter Block – Breaking Free (High School Musical)
Mike Watt – Burning For You (Blue Oyster Cult)
Will Oldham/Bonnie “Prince” Billy – Can’t Take That Away (Mariah Carey)
Casey Shea – Chop Suey (System of a Down)
Devendra Banhart – Don’t Look Back In Anger (Oasis)
Petra Haden – Don’t Stop Believing (Journey)
Mark Mulcahy – From This Moment On (Shania Twain)
Mooney Suzuki – Just Like Jesse James (Cher)
Woody Jackson Orchestra/Money Mark – Love’s Theme (Love Unlimited Orchestra)
Superchunk – Say My Name (Destiny’s Child)
Luna – Straight Up (Paula Abdul)
Goat – Sugar We’re Going Down (Fall Out Boy)
Geoff Farina – Two Tickets To Paradise (Eddie Money)
Jim O’Rourke – Viva Forever (Spice Girls)

As versões resultam quase todas bizarras, mas há bons momentos: Petra Haden em Don’t Stop Believin’, dos Journey; Goat em Sugar, We’re Going Down dos Fall Out Boys [para quem não conhece Goat, estão aqui duas músicas para download gratuito e legal]; e Will Oldham/Bonnie “Prince” Billy em Can’t Take That Away, de Mariah Carey, este encontram-no lá em baixo no Ruído. Posto isto: valerá a pena ouvir Guilt by Association e de seguida os originais, sem qualquer sentimento de culpa.

Peças Soltas

Mark Stewart e Adam Sky gravaram uma versão de We Are All Prostitutes, original de 1980 dos The Pop Group, banda da qual fazia parte Stewart. As remisturas que acompanham a versão pertencem à dupla italiana Crookers e a DJ Shadowdancer, na versão física deste 12”, editado pela Exploted, há ainda uma remistura de Princess Superstar e também um original da dupla Stewart e Sky, Parasite. Houve alguma indecisão, mas como os Crookers são favoritos, está lá em baixo no Ruído a remistura deles. O 12” [designação oficial e algo confusa para a edição digital] pode ser legalmente descarregado aqui, com direito a capa e tudo. Viva a borla!

Outras coisas soltas e para download gratuito que estavam no correio: In Between Two States, instrumental dos Athlete que abre o novíssimo Beyond The Neighbourhood, aqui; Realer Pretender dos Prinzhorn Dance School, download aqui; I Want U Back dos Shocking Pink Girls, também à borla, aqui; demo de Lost My Soul dos Maps, aqui; Ice Blood de Ghosts On Tape, aqui; remix de DJ Eli e Pase Rock para Bonafide Lovin de Chromeo, aqui; e para [re]lembrar o Verão, aqui está SummerMix dos Crookers.

Peças Usadas

Já devia ter escrito sobre os The Maccabees em Maio, quando saiu o álbum de estreia deles, Colour It In, mas acabou por ficar na gaveta. Aquilo que os Maccabees fazem lembra Maxïmo Park, Futureheads, Arctic Monkeys e até mesmo Bloc Party, por outras palavras, fazem parte do hype britânico do momento: gancho eficaz e atitude fresca. Apesar disso, não fosse esta a Máquina do Hype, é difícil resistir a First Love [ouçam-no aqui], grande single, sobretudo a versão acústica que anda para aí à solta.

Medição e Ensaio de Peças

Boa surpresa, mesmo!, foi receber um e-mail de Mesh com uma remistura de Act 3 [download aqui], tema retirado de Theatre Of The Absurd de 2006, onde vale tudo: apitos, sons que parecem saídos de pistolas laser, batidas repetidas até a exaustão e coisas-que-o-valha. É, sem rodeios, música feita para gente com obsessões, tiques nervosos e distúrbios obsessivo-compulsivos. Mas ainda assim, gente feliz. E isto é um elogio honesto. De resto, as estatísticas do Last.Fm demonstram, pela quantidade de vezes que rodou Act 3, que estou dentro de um dos quadros clínicos acima mencionados. E ainda assim, muito feliz da vida.

E pronto, foi o Hype.

Ruído da Máquina

Can’t Take That Away [Mariah Carey]
Guilt by Association – VA
Engine Room Recordings – 2007
Will Oldham/Bonnie “Prince” Billy

Act 3
Theatre Of The Absurd
Mesh – 2006
Mesh

We Are All Prostitutes [Crookers Remix]
We Are All Prostitutes
Exploited Germany – 2007
Mark Stewart vs Adam Sky

Nota: A Máquina do Hype é publicada todas as terças-feiras.
Os MP3s desta edição são autorizados, expressamente e por escrito, pelo[s] respectivo[s] autores[s] e/ou editoras, sendo retirados nas próximas 24 horas.

Máquina em Férias

Hype Vai Para Férias!
© Last Nights Party

Passaram pela Máquina, por ordem cronológica e quase sempre com MP3s para audição, as seguintes bandas, projectos, DJs e sei-lá-mais-o-quê:

Testa Rosa, Belleruche, Sole, 5’Nizza, Amandine, Bodies of Water, Mareva Galanter, Procon, Flufftronix, New Young Pony Club, Supergrass, CéU, Paper, Zach Galifianakis, Will Oldham [Máq. #15], Ayşe Tütüncü, K-Chico, Tiny Dancers, Villa Diamante e Pájaro Sunrise [Máq. #14], Sizo, Syzygy [Máq. #13], Snowden, Trea$ure Fingers, Darien J [Máq. #12], Planetakis, Shir Khan, Kid Sister, Ghosts On Tape [Máq. #11], Kevin Drew, DJ Never Forget, The Pase Rock, Mesh [Máq. #10], Bitchee Bitchee Ya Ya Ya, 1990s, Young & Restless, Jenny Wilson, Mary Onettes, Dan Deacon, Ferraby Lionheart [Máq. #09], Prototokyo, Lismore, Map Of Africa, Chow Nasty, Bobmo [Máq. #08], Booka Shake, Tyskerhår [Máq. #07], Santa Maria, Cato Salsa Experience, Scattermish, Art Brut [Máq. #06], Foals, DJ Sandrinho, The Glamour [Máq. #05], Felix Cartal, Lesbians on Ecstasy, Cansei de Ser Sexy, Blair, Arctic Monkeys [Máq. #04], Prototypes, Crookers, Mr. Oizo, Does it Offend You, Yeah?, Michael Andrew, Amos Lee, Moodymann, Drop The Lime, Sluttt, Miss Odd Kidd [Máq. #03], Sen Kupar, M.I.A., Bonde do Rolê, Armand Van Helden, John Cooper Clarke, SoKo, Plasticines [Máq. #02], Luísa Mandou Um Beijo, Au Revoir Simone, Darondo e Feist [Máq. #01].

A marcar a despedida, fica aqui The Boys dos Dragonette, versão de The Girls de Calvin Harris. Os Dragonette são meio ingleses meio canadianos, fazem Pop um bocadinho suja, lançaram há pouco o altamente recomendável Galore, pela Universal, ao qual se seguiu o EP Take It Like a Man, este pela Mercury. E pronto, foi o Hype.

Agora, vou de férias. Até Setembro!

Ruído da Máquina

The Boys
Dragonette.com – 2007
Dragonette

Nota: A minha Máquina do Hype é publicada todas as segundas-feiras.
Os MP3s desta edição são autorizados, expressamente e por escrito, pelo[s] respectivo[s] autores[s] e serão retirados em 24 horas.

A Máquina do Hype #03

Hype 03
© The Cobra Snake

Peças Novas

Miss Odd Kidd poderá, com facilidade, confundir-se com Lady Sovereign. Verdade seja dita, todas as rappers inglesas têm o seu quê de Vicky Pollard, “no but yeah but yeah but yeah no but yeah…”, e por isso mesmo, são altamente confundíveis. Deixando de lado este tipo de comentários, que noutros lugares seriam motivo para linchamento público, esclarecemos que Weed Wine and Wankers de Miss Odd Kidd tem animado as nossas noites, remisturas de Sluttt e Drop The Lime incluídas [sem discutir qual das duas a melhor]. A única falha que podemos apontar a Miss Odd é a falta de rudeza, nota-se pelas letras que tem ainda muito “no but yeah but yeah but yeah no but yeah…” para percorrer. E para que não fique qualquer mal entendido, Lady Sov está para nós, como Nossa Senhora de Fátima está para os católicos: lá nos altos. Neste caso, dos subúrbios.

Peças Soltas

Moodymann. Nem sabemos bem por onde começar: se pela valente [re] mistura de funk, soul, jazz e house no recente 12″ Technology Stole my Vinyle, ou se pela vontade de abanar cabeça e corpo que uma coisa destas nos dá. O que sabemos, é que se houve uma noite um DJ que nos salvou a vida, houve um dia em que a tecnologia roubou o vinil. E ainda bem.

Peças Usadas

Pouco se salva em Supply and Demand, aborrecido exercício eu + eu = eu de Amos Lee, mas claro, há uma excepção e dá pelo título de Sweet Pea. A voz, suavíssima; a melodia, country pop dizem; e o chavão “you’re the only reason I keep coming home” usado na letra, são bons motivos para seguir estrada fora. Façam a experiência: liguem o iPod ao rádio do carro, coloquem em loop Sweet Pea e arranquem sem itinerário definido. Quando cair a noite e estiverem sei lá bem aonde, assim meio perdidos, lembrem-se que o único motivo para voltar a casa é o amor da vossa vida. Isto se souberem o caminho de volta, e como é óbvio, tiverem alguém à vossa espera. Caso contrário, se não são dados a experiências tontas, ouçam Hot Wax de Michael Andrew enquanto a fila de trânsito se resolve.

Medição e Ensaio de Peças

Nota máxima para Weird Science, dos Does it Offend You, Yeah?, também para Patrick 122 e Transexual, de Mr. Oizo, homem da “french electro”, e ainda para Pára de Gracinha [Euro Crunk Mix] com MC Leka, retirado de Funk Mundial #3, do duo italiano Crookers. Ligam todas bem, e escusado será dizer, são altamente dançáveis. A negativa vai para Icky Thump dos White Stripes, que fez furor junto dos fãs e de quem se lembrou de dar uma vista de olhos à letra [ou pelo menos a uma parte dela], mas a verdade é só uma: fartos de revisionismo musical estamos nós.

Ruído da Máquina

Pára de Gracinha [Euro Crunk Mix]
Funk Mundial #3
Man Recordings – 2007
Crookers

Nota: A minha Máquina do Hype é publicada todas as segundas-feiras.
Os MP3s desta edição são autorizados, expressamente e por escrito, pelo[s] respectivo[s] autores[s] e serão retirados em 24 horas.