Este dicionário não se limita apenas a autores, mas também a personagens, revistas e termos técnicos, o que por si só é muito bom. Poderia ser um daqueles dicionários que não deveríamos ignorar, por dois motivos, 1º pelo tamanho, o de livro de bolso, 2º pelas informações elementares, revelando-se muito prático e conciso.
No entanto, é pena que os autores tenham preferido uma redacção abreviada em função de uma detalhada, estando a primeira sempre sujeita a saltos no tempo e a omissões cirúrgicas. O que em muitos casos poderá induzir em erros de interpretação, principalmente para um leitor menos informado, vejamos dois exemplos: sobre Astérix, “no Verão de 1959 o semanário Pilote (…)” a ideia e o projecto da revista surgiram no Verão, mas de facto o primeiro número saiu em Outubro do mesmo ano, no dia 29; sobre Schulteiss, “em 1978 publicou Trucker, o seu primeiro álbum de bd.”, Trucker foi primeiro publicado em revista, primeiro na Zack e depois na Comixere, só mais tarde é que surgiu o álbum. Poderíamos ainda continuar a dar exemplos deste tipo, que revelam ser mais falta de clareza do que erros em si, mas esses também existem, e não podemos deixar passar em branco, outros dois exemplos: Tesuka nasceu em Osaka em 1928, para ser mais exacto a 3 de Novembro desse ano, nunca em 1926 com dizem os autores; Mar de Tinieblas de Miguelanxo Prado foi publicado em 1980, não em 1982. Mesmo antes de terminar, convém referir que este dicionário foi editado em 1994. Erros, e alguma liberdade na redacção, não devem acontecer num dicionário, muito menos num da Larousse.
Dictionnaire Mondial de La Bande Dessinée
Patrick Gaumer e Claude Moliterni
Larousse – 336 pp, PB
Texto publicado na revista Quadrado, Volume 3, Nº3, Maio de 2001.