Filho de um executivo da indústria do calçado e de uma juíza, Prem e Laila Seth respectivamente, Vikram Seth [1952, Calcutá] completou a escola primária e o liceu na Índia, prosseguindo com os estudos superiores em Política, Filosofia e Economia na Universidade de Oxford em Inglaterra.
No final dos anos 70 mudou-se para os Estados Unidos, Califórnia, com o objectivo de se doutorar em Economia na Universidade de Stanford, interrompido em 1980 com a oferta de uma bolsa da Fundação Ford para estudar poesia chinesa na Universidade de Nanjing. Durante o Verão de 1981 aproveita as férias para visitar a família em Nova Deli, mas decide fazer isso atravessando a China, o Tibete e o Nepal à boleia, o resultado literário dessa viagem seria From Heaven Lake, livro distinguido com o prémio Thomas Cook em 1983. Tendo como pano de fundo paisagens belíssimas, nele Vikram Seth conta-nos as várias peripécias que lhe foram acontecendo ao longo do percurso, desde os absurdos burocráticos, à hospitalidade desmedida, passando pelas amizades ocasionais, mas sinceras. O estilo adoptado é simples, feito à medida da estrutura linear a que o livro obedece, sendo a única particularidade os pequenos poemas que vão surgindo para substituir ou dar continuidade à própria narrativa. O que não é estranho, tendo em conta que quatro dos dez livros que publicou cinco são de poesia: Mappings, The Humble Administrator’s Garden, All You Who Sleep Tonight, Three Chinese Poets, sem contar com Beastly Tales e The Golden Gate, uma novela e um romance ambos escritos em forma de soneto. Muito bem recebido pela crítica em 1993 foi o romance histórico A Suitable Boy, vencedor do The Connect Award e candidato ao Booker Prize nesse mesmo ano, e que acabaria por se tornar num best-seller mundial, editado este ano pela Presença com o título Um Bom Partido (Volume I). Em 1994 escreve a ópera Arion and The Dolphin, baseado na lenda grega de Arion e o Golfinho, adaptada mais tarde a livro para crianças, em 1999 publica outro romance, An Equal Music. Nunca acabou o doutoramento na Universidade de Stanford, porque afirma ter chegado à conclusão que não gosta de Economia.
Texto publicado na Revista, Nº1554, Agosto de 2002, do semanário Expresso.