Portugueses Com Dinheiro

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Vistos pelos edos, do reino do Benim, onde hoje é a actual Nigéria, por volta do séc. XV ou XVI. Ambos com o nariz muito afiado, cabelos compridos, pluma no chapéus e a segurar uma corrente de manillas, moeda em forma de anel feito de bronze ou cobre, usada para comprar e vender escravos.

A avaliar pelo comprimento da corrente (cliquem na imagem para ampliar), estes dois portugueses eram, de facto, muito ricos. Ou pelo menos, os edos viam-nos como tal. A proporção das mãos e a enormidade das testas também impressionam. Nunca fomos um povo bonito, até porque a ganância e a inveja transfiguram as feições, disse-me um dia uma professora de arte. Sempre achei que tinha alguma razão, mas estava a generalizar, porque pode dizer-se o mesmo sobre a pobreza e o desespero.

Encontrei esta imagem num dos arquivos do MET, onde há outras muito interessantes procurando a palavra “portugueses”, como este retrato do império Safávida, Irão. Fui lá parar através do excelente Tumblr People of Color in European Art History (Gente de Cor na História de Arte Europeia), onde também há outras obras dedicadas aos portugueses.