Máquina do Hype #15

Hype #15
© Last Nights Party

Peças Novas

Os Testa Rosa [falta um s em rosa, mas tudo bem] são um trio de Milwaukee, do qual fazem parte o casal Betty Blexrud-Strigens e Damian Strigens, acompanhados por Paul Hancock, e usam a Pop dos anos 60 como motor criativo. As músicas do disco homónimo e de estreia, que só sairá lá para o início de Agosto, são uma prova disso. Tanto é que canções como Ollie & Delilah, Book About Clouds, Arms Of A Tree ou Weather Underground, lá em baixo no Ruído, poderiam muito bem pertencer a um qualquer super grupo feminino daquela década, como as Shangri-Las ou as Ronettes, ou até mesmo a Dusty Springfield. Curioso, é que o eco do passado não está apenas na música, mas também na voz de Betty Blexrud-Strigens. Ainda que no outro extremo musical, o mesmo acontece com a voz de Kathrin deBoer, dos Belleruche, trio inglês que cruza com eficácia funk, jazz e hip-hop e que acaba de lançar Turntable Soul Music, do qual se destacam I’ll Come e Northern Girls [lá em baixo no Ruído, para download gratuito]. Só que neste caso, quando ouvimos Kathrin, recuamos uma década e paramos nos Moloko, ou melhor, na voz de Róisín Murphy. Isto de viajar no tempo através da voz, não cansa, mas farta e cria alguma confusão. O que é uma pena, porque tanto uns como outros, contas feitas, são competentes e até se recomendam.

Peças Soltas

As férias de Verão está aí e nada como arriscar uma compilação feita a partir destas peças soltas: Sole, palavras e batidas hip-hop ásperas, serve para acordar em dias de chuva; Amandine, gajada do indie: atirem-se a isto de unhas e dentes enquanto dura!; Bodies of Water, gajada do indie: se não gostaram dos Amandine, saltem para estes!; Mareva Galanter, ex-Miss França, etiqueta musical yé-yé, ou coisa que o valha, ideal para quem acredita que os franceses ainda chegam lá [como eu…]; Procon, a descrição no MySpace deles é acertada: “Sexo, Perigo, Sintetizadores e Rock”; Flufftronix, idem, aspas, ou quase; New Young Pony Club, para quem se perdeu nos anos 80, mas acaba de reencontrar a vida num pólo Fred Perry! Dica: sigam os links, porque há pelo menos uma música para download gratuito e legal em cada um deles. Se conseguirem uma boa compilação com as músicas que apanharem, enviem-na!

Peças Usadas

Formata para exportação e adoçada por deformação, a MPB é uma fórmula gasta, não sendo por isso de admirar que Tita Lima, Bebel Gilberto ou Cibelle canibalizem outros géneros e influências. E agora temos CéU, Maria do Céu Whitaker Poças, São Paulo, vinte e poucos anos, que mistura bossa, samba, hip hop e jazz num disco homónimo de 2005, relançado há pouco no circuito americano pela Six Degrees/Starbucks Entertainment [sim, a mesma dos coffee shops]. A voz e a fusão de sons convenceram a crítica internacional, ver aqui, enfim: para ouvido estrangeiro, meio Jobim basta.

[… enquanto isso, do lado de lá, o público brasileiro comenta no Youtube.com: “Maravilhoso… essa mulher é mto foda!”.]

Medição e Ensaio de Peças

Os Paper são um casal, Aaron e Adrienne Snow, acabaram de lançar As As pela States Rights Records e fazem electrónica que definem como sendo “poppy krauty trippy floaty funny drummy bassy trippy”, o que pode muito bem ser traduzido por “música que ajuda em dias de ressaca”. Aqui em baixo no Ruído está Mountain, ouçam-na como se fosse um Guronsan.

Surpreendente: o comediante Zach Galifianakis e Will Oldham, juntos, no campo, com movimentos de anca suspeitos e acompanhados de um grupo de dança muito idiossincrático, num vídeo de Can’t Tell Me Nothin de Kanye West…aqui.

Quase que me esquecia: basta uma inscrição aqui, para fazerem download legal do novíssimo Diamond Hoo Ha Man dos Supergrass, gravado ao vivo no mês passado no Guilford Festival!

E pronto, foi o Hype.

Ruído da Máquina

Northern Girls
Turntable Soul Music
Tru Thoughts Records – 2007
Belleruche

Mountain
As As
States Rights Records – 2007
Paper

Weather Underground
Testa Rosa
Latest Flame Records – 2007
Testa Rosa

Diamond Hoo Ha Man [Ao Vivo]
Guilford Festival – 2007
Supergrass

Nota: A minha Máquina do Hype é publicada todas as segundas-feiras.
Os MP3s desta edição são autorizados, expressamente e por escrito, pelo[s] respectivo[s] autores[s] e serão retirados em 24 horas.

Máquina do Hype #14

Hype 14
© Last Nights Party

Peças Novas

A língua é uma coisa complicada, já se sabe. Escrever e cantar noutra que não a nossa, ainda mais. E fazer com que isso pareça tão nosso e tão natural, é no mínimo surpreendente. É o que se pode dizer de Pájaro Sunrise, banda da qual fazem Pepe López e Yuri Méndez, que editaram um álbum homónimo, todo cantado em inglês, com dez canções que ficam a meio caminho entre a pop, o jazz e o country. Não será, apostamos nisso, o “disco da vida” de Saramago, mas que é uma boa estreia dos Pájaro, é. E pronto não muito mais a dizer, a não ser que o Yuri nunca viveu num país de língua inglesa, e o pouco inglês que sabe, garantiu, aprendeu a ouvir música. Estará o truque na pronúncia dele?! A minha resposta: I don’t have puta idea, but I like it muchísimo. Agora, saltem já para o Ruído e ouçam em Sunday Morning Birds (Singin Hallelujah).

Peças Soltas

Há muitas peças soltas, pertencem todas ao DJ argentino Villa Diamante, e juntas dão uma compilação de mash-ups: Bailando Se Entiende La Gente. Como o próprio diz, “manteniendo la ley básica del mashapero free download mp3“, o disco está todo aqui, totalmente à borla. Assim, sim.

Peças Usadas

Cantavam os Táxi que a música também é um produto acabado que “se prova, mastiga e deita fora, sem demora”. A verdade, é que sem o reconhecimento de uma terceira cultura, a tal “sociedade de consumo imediato”, os prazos de validade nunca tinham sido inventados e a Pop tinha menos graça. Isto, a propósito dos Tiny Dancers, banda de Sheffield, Inglaterra, com um nome “inspirado” num hit [Tiny Dancer, 1971] de Elton John e que editaram um álbum de estreia, Free Milk School, cheio de canções que emulam o som de Neil Young, Beatles, e sobretudo, Byrds. Tudo pastilhas elásticas mastigadas e cuspidas vezes sem conta, algumas com um prazo de validade mais do que ultrapassado, mas que mesmo assim continuam a agarrar-se aos dedos, e por muito estranho que possa parecer, às vezes voltam à boca e sabem bem. É o caso de algumas canções, em particular Baby Love e Hannah We Know, mas fica por saber se esta ruminação musical dos Tiny Dancers, como tantas outras, é cuspida cá para fora na hora certa. Mais ainda: se cola ou não à parede. Ou seja, o mercado. A resposta, sem demora e acertada, é daquelas que vale um milhão de euros. E para acabar, registem-se no site deles, onde há sempre músicas para download gratuito.

Medição e Ensaio de Peças

Não sei bem se são os murmúrios, se os gemidos ou ainda a batida cheia e quente, mas Hot Damn de K-Chico, retirado de When I Was Young, poderia ser muito bem a banda sonora deste Verão. Isto se houvesse Verão. Como não há, não se vê, não se sente, pelo menos podemos ouvi-lo em Hot Damn, que de resto também poderia muito bem servir de banda sonora para as fotografias do grande Merlin Bronques, livro aqui!, que ilustram quase todas as edições da Máquina. Agora, é só passar pelo iTunes e comprar o Verão segundo São K-Chico.

Os mais sorumbáticos sempre podem optar por Panayir [Carnavalesco], finalmente no circuito internacional, no qual o trio da pianista turca Ayşe Tütüncü, cruza com destreza o clássico e a improvisação jazzística. Ideal, portanto, para quem olha com apreensão os areais molhados pela chuva. Não há autorização para um MP3, mas há um vídeo, aqui.

E pronto, foi o Hype.

Ruído da Máquina

Sunday Morning Birds (Singin Hallelujah)
Lovemonk Records – 2007
Pájaro Sunrise

Hot Damn [Feat. Namosh]
When I Was Young
Festplatten – 2007

K-Chico

Nota: A minha Máquina do Hype é publicada todas as segundas-feiras.
Os MP3s desta edição são autorizados, expressamente e por escrito, pelo[s] respectivo[s] autores[s] e serão retirados em 24 horas.

Máquina do Hype #13

Hype 13
© Last Nights Party

A Máquina chega com atraso, por isso mesmo, continua diferente na estrutura:

Detesto o número 13, não é que seja supersticioso ou coisa parecida, mas há qualquer coisa no próprio número de muito irritante. Irritante, porque quando reparo nele, de repente, começa a aparecer em todo o lado. E é precisamente esta persistência, ou omnipresença, que me irrita. Azares nunca tive, até porque acredito mais nos acasos: felizes ou infelizes. Acontece que quando estou em qualquer lado, virtude profissional, reparo em tudo o que é “gráfico”, desde um postal que esteja para oferta, ao tagging de uma parede, passando pelo desenho do cimento nos passeios. Há sempre qualquer detalhe importante nestas coisas, pelo menos para mim, por isso mesmo, não digo que não a panfletos, autocolantes, cartões e toda a tralha promocional que por aí há.

Há uns dias, deram-me um desses autocolantes, onde havia apenas um endereço: www.deathtosizo.com. Como a tipografia não ajudava, li Death To Siza [Morte Ao Siza] e pensei, aleluia! finalmente um “abaixo assassinato” contra o homem. Só depois é que percebi que não era Siza, mas Sizo. Achei então que se calhar seria um qualquer manifesto online contra o bom senso e a circunspecção, mas nesse caso, siso estava mal escrito, por isso, fiquei na mesma. Quando fui ver o site, percebi que afinal os Sizo são uma banda do Porto, ok, Morte aos Sizo!, e têm um álbum para download gratuito e legal, Nice To Miss You.

Um mês antes, estava perdido na zona de Boavista, não sabia bem onde ficava uma rua e pedi indicações a quem passava. Num muro, atrás da pessoa que me estava a dar indicações, vi grafitado: syzygy.com.pt. Conhecia a expressão da astronomia, mas mais uma vez, fiquei a pensar no que iria encontrar, e lá encontrei as Syzygy, colectivo de hip hop feminino, também do Porto, da qual fazem parte as MC Capicua e M7 e a vocalista Maria e com o EP Três Corpos Astrais Alinhados para download gratuito e legal no site delas. Resultado: naquele dia voltei a pedir ajuda para encontrar a tal rua, porque estive mais atento ao graffiti, do que às primeiras indicações que me foram dadas.

Deixando de lado a má navegação do site dos Sizo e o facto do das Syzygy não funcionar no Safari [tive que recorrer ao Firefox para aceder aos conteúdos], este marketing de guerrilha [?!] resultou muito bem em ambos os acasos. É claro que não tem a mesma amplitude de uma mailing list bem gerida ou de um comboio de amigos do MySpace, de qualquer modo, não é de menosprezar a força que meios de divulgação como estes, convencionais ou até mesmo artesanais, ainda têm. Mais ainda, como estão a cair em desuso, são tão paradoxais, que resultam contemporâneos. Resumindo: o autocolante e o graffiti levaram-me tentar perceber uma mensagem, a descobrir. E isto, é insubstituível como experiência.

O mais engraçado, é que tudo isto aconteceu em dois dias 13, o de Junho e este último, sexta-feira. E pronto, foi o Hype. O décimo terceiro.

Ruído da Máquina

Demo The Satan
Nice To Miss You
Deathtosizo.com – 2007
Sizo

Lobo Mau
Três Corpos Astrais Alinhados
Syzygy.com.pt – 2007
Syzygy

L’Amour
Nice To Miss You
Deathtosizo.com – 2007
Sizo

Nós Somos O Que És
Três Corpos Astrais Alinhados
Syzygy.com.pt – 2007
Syzygy

Nota: A minha Máquina do Hype é publicada todas as segundas-feiras.
Os MP3s desta edição foram legalmente disponibilizados pelo[s] respectivo[s] autores[s] em fórum próprio e serão retirados em 24 horas.

Máquina do Hype #12

Hype #12
© Last Nights Party

Ainda tenho o corpo moído das festas de São Firmino, em Pamplona, por isso mesmo, a Máquina desta semana vai ser um nada diferente.

Uma boa parte do sucesso e fascínio pelo social networking, MySpace.com em particular, está na facilidade com que podemos acompanhar o percurso de um DJ ou uma banda. É certo que muitos vão ficando pelo caminho, mas outros não, conseguem despertar o interesse, colocam músicas para download gratuito, angariam amigos atrás de amigos, espalham MP3s por blogs de referência, entram no circuito de concertos, ganham popularidade, e com sorte, assinam por uma editora e saltam para o mercado discográfico. O processo é este, e se não é, é muito parecido. Voltando atrás, podemos acompanhar esse percurso, alimentando ao mesmo tempo, a convicção de que este DJ ou aquela banda vão cumprir todas as etapas que há entre o anonimato e o sucesso. Se tudo correr bem, são “15 minutos de fama” que podem muito bem acontecer com a nossa ajuda. É claro que a ajuda e a convicção podem também ser levadas a sério, como um investimento real, para isso há o Sellaband.com, uma variante do MySpace onde a música é outra: a do negócio directo entre público e músicos.

Agora, e para acabar os meus 15 minutos de escrita, fica aqui a página do DJ Darien J, onde podem encontrar originais e remisturas, como Tea Tastes Better From A Black Cup e The Morning After The Year Before [download aqui e aqui!], e também para a do Trea$ure Fingers, onde encontram outra remistura, 40 Minutes In The Champagne Room, e de quem podem ouvir a remix Anti-Anti dos Snowden aqui em baixo. Se gostarem, podem fazer o download gratuito e legal do EP Fuel of the Celebration com todas as remixes dos Snowden aqui. E pronto, é o Hype.

Ruído da Máquina

Anti-Anti [Trea$ure Fingers Remix]
Fuel of the Celebration
Snowden

Snowden

Nota: A minha Máquina do Hype é publicada todas as segundas-feiras.
Os MP3s desta edição são autorizados, expressamente e por escrito, pelo[s] respectivo[s] autores[s] e serão retirados em 24 horas.

Máquina Adiada

A Máquina do Hype de semana fica adiada para amanhã. O motivo é simples, voltei ontem das festas de São Firmino, em Pamplona, e ainda não recuperei. O meu pedido de desculpas a quem vai seguindo a Máquina.

Máquina do Hype #11

Hype #11
© Last Nights Party

Peças Novas

Somália nunca foi um destino nosso, mas imaginamos, tendo em conta o momento, que a vida nocturna em Mogadíscio será tudo, menos fácil. Imaginamos também que o DJ Ryan P. Merry, que se apresenta como Ghosts On Tape, nunca tenha lá estado, ainda assim Mogadishu Night Life [MP3 lá em baixo!] tem um suavíssimo toque paranormal. Segue a explicação: quando Thomas Edison inventou o cilindro a cera como suporte de gravação [viragem do séc. XIX para o XX], com a esperança de criar um arquivo que serviria para reviver amigos ou familiares, entretanto falecidos, através da voz. Sem querer, Edison abriu caminho para uma actividade muito popular entre os seguidores do paranormal, o de tentar gravar vozes de fantasmas. Ou seja, “ghosts on tape”. É esta a explicação para o paranormal que há em Mogadishu Night Life. Mesmo a terminar, Nann Juke Remixx e Str8 From Cassette são outros grandes temas paranormais do Ghosts On Tape. Confirmem-no no MySpace dele, aqui.

Peças Soltas

Enquanto não chega a grande oportunidade, Kid Sister vai dividindo os dias entre concertos e o trabalho que tem numa loja de artigos para miúdos, mas depositam tanta esperança nela que tem um EP de apresentação, Control [podem comprá-lo no iTunes ou no Beatport.com], produzido e editado por A-Trak e Nick Catchdubs da Fool’s Gold. A verdade é que optamos por Telephone Freestyle, porque todas as músicas que falam sobre telefones exercem sobre nós um estranho e misterioso fascínio. Coisas de infância. Além disso, coincidência!, como o iPhone da Apple acabou de ser lançado no mercado, esperteza rara!, significa que mais visitantes chegarão à Máquina do Hype.

Peças Usadas

Não é uma peça usada, quanto muito, na gíria de um bem sucedido vendedor de automóveis, será um semi-novo. Trata-se da recolha editada há uma semana pela Domino com remisturas de Office Boy dos Bonde do Rolê, pelos Cansei de Ser Sexy, Architecture In Helsinki, Brodinski e Shir Khan. A última, a do DJ berlinense Shir Khan, é a nossa favorita e tem animado as manhãs deste incerto e patético Verão. Numa perspectiva, vá lá, científica, remisturas de DJ internacionais que têm por base músicas cantadas em português [do Brasil, é certo, mas ainda assim português…], não param de alimentar uma enorme curiosidade sobre a interpretação musical que os outros fazem da nossa língua. Voltando a Shir Khan, uma remistura que também vale a pena perseguir é White On White Crime [MP3 lá em baixo] dos The Jai-Alai Savant, editada pela City Slang. Além disso, podem encontrar outras no site dele para download legal e gratuito, todas cheias de batidas que fazem a alegria de qualquer um.

Medição e Ensaio de Peças

O comediante e apresentador Jimmy Kimmel, de passagem por Santa Monica, Califórnia, apanhou um autocarro da Big Blue Bus [serviço de transportes local] e emitiu daí um especial com vários convidados, entre os quais Feist, que fechou o programa com I Feel It All, versão “unplugged rodoviário”. Saltando para outro “late night”, o de Conan O’Brien, Feist demonstra que uma boa peça de Pop, como é o caso de 1 2 3 4, resiste a tudo, até mesmo a uma versão “tudo ao monte e fé em Deus”. Isto porque, dos coros fazem parte: Patrick Daughters, realizador dos vídeos Mushaboom, 1 2 3 4 e My Moon My Man; Mary Rozzi, autora da fotografia da capa do The Reminder; Simone Rubi, designer do ábum; e alguns membros dos Grizzly Bear, entre outros.

Uma banda ou música com um bom nome ou título, já se sabe, é a nossa perdição. Não é por isso de admirar que tenhamos perdido a cabeça com Pogo In The Shoes Of Kylie Minogue do duo Planetakis. Há pouco, quando soubemos que os mesmos tinham Don’t Fuck With Robert Smith para download gratuito e legal, aqui, pensamos: lá está, outro grande título, outra grande música. Infelizmente, foi uma desilusão. Enfim, acontece.

Ruído da Máquina

Mogadishu Night Life
Myspace.com/ghostsontapesf – 2007
Ghosts On Tape

White on White Crime [Shir Khan Remixx]
White on White Crime
The Jai-Alai Savant | City Slang – 2007

Shir Khan

Office Boy [Shir Khan Remix]
Office Boy
Bonde do Rolê | Domino – 2007

Shir Khan

Telephone Freestyle [Feat. TCC]
Myspace.com/kidsister – 2007
Kid Sister

Nota: A minha Máquina do Hype é publicada todas as segundas-feiras.
Os MP3s desta edição são autorizados, expressamente e por escrito, pelo[s] respectivo[s] autores[s] e serão retirados em 24 horas.

A Máquina do Hype #10

Máquina do Hype #10
© Last Nights Party

Peças Novas

É o mais fácil e poético dos lugares comuns: primeiro estranha-se, depois estranha-se. O mesmo se pode dizer sobre Mesh, que no perfil do MySpace dele, define a música que faz como qualquer coisa “que nunca ouvimos antes”. O que não é bem verdade, mas quase. Ainda no MySpace, Mesh caracteriza um dos temas, Let The Dance Begin, como “electronic dance rock do mais alto nível que há”, acrescentando que se trata de uma “narrativa musical em crescendo”. Deixando de lado a assumida imodéstia, a narrativa poderia muito bem ser esta: depois de muitos copos, alguém desagua sozinho numa qualquer discoteca e atira-se, em plena euforia alcoólica, para uma pista de dança ainda vazia. Bizarro, certo, mas depois de um [patético] jantar de empresa, [infeliz] despedida de solteiro ou de uma [amarga] discussão familiar, não é invulgar acabar assim a noite. Ou começar, tudo depende do ponto de vista. É exactamente sobre isso, sobre o desejo de querer ser feliz, que Let The Dance Begin trata. O mesmo se pode dizer sobre I Want to Start e Side A, a nossa favorita. Tudo para download gratuito e legal aqui.

Peças Soltas

As aparições vaginais [!?] de algumas celebridades são cada vez mais frequentes. Aconteceu com Britney Spears e Lindsay Lohan, coincidência ou não, ambas fotografadas a sair de um carro. Descruzar pernas, já se sabe, é uma difícil arte, principalmente para quem não usa roupa interior. Literalmente atentos ao fenómeno, os The Pase Rock, com ajuda dos Spankrock, escrevinharam Lindsay Lohan’s Revenge, segue o refrão:

Why you showin’ them coochie lips gettin’ up out your car?
Paparazzi hangin’ all around you, bitch.
You know you’re a superstar
Put yo’ panties on!
Put that pussy away!
[Looks like a baby rat!]

E agora o vídeo. Pois, o vídeo. Sim, o vídeo. O vídeo, pois. O vídeo. Aqui. Agora façam o seguinte exercício: sigam para o Ruído [lá em baixo], e se tal é possível, ouçam a música como se nunca tivessem visto o vídeo. O resultado não é bem-bem a mesma coisa, pois não?! A resposta está na maudita dialéctica das coisas.

Peças Usadas

Lady Sovereign desabafa neste vídeo sobre depressão e dá por acabado um concerto, nesta entrada do MySpace Lily Allen escreve que é “ gorda, feia e mais merdosa do que a [Amy] Winehouse”, para pouco depois pedir desculpa pela afirmação. Vá-se lá perceber porquê, mas de repente, este hilariante concurso televisivo japonês de “Tetris humano” é uma poderosa metáfora sobre os desajustes da vida.

Medição e Ensaio de Peças

Nota positiva para DJ Never Forget, tanto pela fartura capilar dos sovacos [espreitem aqui!], como pelas remisturas que vai oferecendo para download no MySpace. É o caso de Down and Out at The Rooftop Hang, feita a pensar no Verão que aí vem, segue a lista daquilo que preenche 40 minutos e tem 55 MB de tamanho:

Intro | Terry Diabolik
Beeper (Shake It Down) | Sinden & Count Of Monte Cristal/Blaqstarr
The Party Feat. Uffie (LA Riots Remix) | Justice (Exclusice)
Ce Jeu (Them Jeans Edit) | Yelle
Thou Shalt Always Kill | Dan Le Sac Vs. Scroobius Pip
Patrick122 | Mr. Oizo
Yea Yeah (Flosstradamus Remix Final) | Matt & Kim
D.A.N.C.E (mstrkrft Remix) | Justice
Hearts On Fire | Cut Copy
Sea Lion (Chromeo Remix) | Feist
Running Up that Hill (Vocal Club Mix) | Prax Paris
New York (Teenager South of Houston Mix) | Eskimo Joe
Thunderous Bumps | Spank Rock + Justice/Thunderous Olympians Remix
Pogo | Digitalism
Pro Nails | Kid Sister Feat. Kanye West

Os interessados podem clicar aqui aqui e salvar para o disco! Se não funcionar, saltem para o MySpace dele.

Avançando para a Pop: está anunciado para meados de Setembro o álbum a solo de Kevin Drew, dá pelo título de Spirit of… e é o primeiro de uma série dedicada ao trabalho a solo de cada um dos membros fundadores do colectivo Broken Social Scene. O single de promoção, Tbtf [não puxem pela cabeça, a abreviação significa Too Beautiful to Fuck] já está disponível para download gratuito e legal na página oficial da Arts & Crafts. Gostamos tanto, é tão relaxado!, que serviu de banda sonora para a Máquina desta semana. Quer isto dizer que a Máquina foi escrita em 3:51 min? Não duvidem disso.

Ruído da Máquina

Let The Dance Begin
Let The Dance Begin, I Want To Start
Myspace.com/kingmesh – 2007

Mesh

Lindsay Lohan’s Revenge [Feat. Spankrock]
Lindsay Lohan’s Revenge
Fully Fitted – 2007

Pase Rock

Tbtf
Spirit Of…
Arts & Crafts – 2007

Kevin Drew

Nota: A minha Máquina do Hype é publicada todas as segundas-feiras.
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A Máquina do Hype #09

Máquina do Hype #09
© The Cobra Snake

Peças Novas

O dia está de chuva. Uma infelicidade que só pode ser corrigida com
Small Planet, belíssimo single que anúncia o álbum de estreia de Ferraby Lionheart [ver arquivo], Catch The Brass Ring, disponível a 4 de Setembro. Apostamos que era capaz de fazer chorar as pedras da calçada, não estivessem estas já chorosas de apanharem com tanta chuva. Sem mais: a devoção por este homem continua intacta.

Peças Soltas

Aqui está Dan Deacon [Hype #07], com um sorriso de orelha a orelha, num programa da manhã de uma afiliada da NBC. Poderá isto um dia acontecer no Praça da Alegria?! Temos as nossas sérias dúvidas. Mas que foi o “Momento Zen” da semana que passou, foi.

Peças Usadas

Um amigo arquitecto, assim mesmo, com minúscula, ou melhor ainda, arquitecto, assim sim, recomendou Mary Onettes. O nome é um trocadilho com “marionetas”, explicou, e são suecos, sublinhou. Os portugueses morrem de amores por trocadilhos, coisa infantil e preguiçosa já se sabe, mas quando um arquitecto fica fascinado com um trocadilho rasteiro como este, está explicado o porquê de alguma arquitectura que por cá se faz. Quanto aos Mary Onettes, fazem um revisionismo aborrecido da viragem dos Anos 80 para os 90. New Order, The Cure e por aí adiante. Este fenómeno, o dos suecos se dedicarem ao revisionismo da pop passada [ver Hype #06], é tão preocupante como o prazer que temos com os trocadilhos. Ainda assim, deixamos ao nosso prezado arquitecto Jenny Wilson, sueca bem parecida que editou em 2006 Love And Youth. Vai lá encontrar muito de Anos 80, claro está, mas bem revistos. Ora ouça e depois escreva-nos uma memória descritiva, ó arquitecto.

Medição e Ensaio de Peças

Os Young and Restless [sim, quase como a telenovela] lançam álbum de estreia lá para meados deste mês, o single de apresentação, Kapow!, disponível para download gratuito e legal no MySpace deles, convence desde logo pela força da bateria e pelo histerismo vocal de Karina Utomo, tanto mais que foi single da semana passada no iTunes. Verdade seja dita, estávamos longe de imaginar que em Camberra, Austrália, terra dos Young and Restless, havia uma qualquer e hipotética cena “indie” bem sucedida.

Na mesma linha, mais vale tarde do que nunca!, fica aqui You’re Supposed To Be My Friend, retirado do recente Cookies, álbum de estreia dos 1990s. Reparem, não se chamam “The 1990s”, mas apenas 1990s. Deixando de lado o detalhe, 1990s são assim muito despretensiosos, não fossem eles de Glasgow, e fazem rock [ou “indie” ou o que entenderem] hiper-eficaz. Só temos a agradecer por isso.

Mudando de estilo como quem muda de camisa, são boas as notícias: os Bitchee Bitchee Ya Ya Ya [ver arquivo] vão assinar contrato esta semana e terão disco de estreia lá para Setembro. Apesar da novidade, ainda não há apresentação ou sequer foto, vá lá, oficial da banda, muito menos se sabe o nome da editora com quem vão assinar. Ficam outras perguntas por responder: será que a tipa, com uma faixa negra a ocultar-lhe os olhos, que aparece nas fotos do MySpace faz parte dos BBYYY? E aquele pé bem feito num sapatinho prateado, afinal de quem é, dela, dele ou é de ninguém? A única aparente certeza é que se trata de uma dupla, isso mesmo: Bitchee Bitchee e Ya Ya Ya, e que são muito simpáticos, pelo menos a avaliar pelos e-mails recebidos. O novíssimo Before, disponível para download gratuito e legal no MySpace dos BBYYY, tem pelo meio um som que parece saído daquelas gaitas de plástico, muito irritantes, que existiam nas aulas de Educação Musical.

Ruído da Máquina

Small Planet
Catch The Brass Ring
Nettwerk – 2007

Ferraby Lionheart

A Brief Story
Summertime – The Roughest Time
Rabid – 2005
Jenny Wilson

Kapow!
Young and Restless
Dot Dash – 2007

Young and Restless

You’re Supposed To Be My Friend
Cookies
Rough Trade – 2007
1990s

Before
Myspace.com/bbyayaya – 2007
Bitchee Bitchee Ya Ya Ya

Nota: A minha Máquina do Hype é publicada todas as segundas-feiras.
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A Máquina do Hype #08

Máquina do Hype #08
© The Cobra Snake

Peças Novas

Somos todos músicos. E quem diz músicos, diz fotógrafos, designers ou o que se quiser. A ideia é contemporânea, ou nem tanto, já que se escreve sobre o fenómeno dos self media há quase meio século, mas hoje a popularização da produção artística tem contornos bem definidos, serve a indústria cultural e é fonte de conteúdos para a Web. Um bom exemplo disso, é Bobmo, DJ francês com pouco mais do que 18 anos que começou por fazer beats com sons tirados uma consola de jogos, uma Playstation!, e edita agora o 12” Let’s Go Bobmo pela Institubes. Se para alguns isto é preocupante, para aqueles que entendem a “geração Myspace” como um movimento artístico em si [ainda que acidental, informal e disperso], Bobmo é mais um exemplo de que a educação e produção artística tradicional está praticamente arrumada a um canto. Ou isso, ou corre sério risco de extinção. Nada de pessimismos, todos para o Bobmobile!

Peças Soltas

Ungawa! A saudação é frequente em filmes onde aparecem tribos primitivas [!] ou povos de uma qualquer região inexplorada, se puxarem pela memória, vão lembrar-se que Tarzan cumprimentava assim tudo o que era criatura viva. A expressão em si nada significa, diz-se que foi inventada por um grupo de argumentistas de Hollywood que iam almoçar a um restaurante no bairro de Gower. Quanto ao Ungawa dos Chow Nasty, a circular pela Web há uns anos e só agora editado no álbum de estreia Super [Electrical] Recordings, é o single perfeito para festas selvagens, daquelas que envolvem litros de cerveja e onde as conversas não passam disto: Ungawa! Mim Tarzan! Tu Jane!

Medição e Ensaio de Peças

Tudo é estranho nos Map Of Africa: o site e o MySpace deles está quase vazio de conteúdo, estabelecer contacto foi uma dor de cabeça e depois de uma pesquisa rápida, ficamos a saber que o álbum [edição limitada da Whatever We Want] já vale uns bons euros em leilão. Acrescente-se ainda a seguinte informação, os Map são uma dupla, constituída pelo DJ Harvey e pelo produtor Thom Bullock [A.R.E. Weapons, Rub N Tug, etc], que neste projecto aposta no “disco rock”, meio decadente e com letras bizarras, para não dizer incompreensíveis. Bem, como alguém já escreveu por aí, é música para quem tem o peito farto de pêlo, ao que seria de acrescentar: Tony Ramos, toma lá o disco da tua vida!

Boa surpresa o EP All That You Are dos Lismore, desde logo pela pontinha de desespero que há na voz de Penelope Trappes. A batida também não é de menosprezar, faz lembrar uma sequência de murros numa qualquer jogo da Wii ou PSP. Podem encontrar várias músicas para download gratuito e legal no site deles, entre as quais uma versão do tema 1979 dos Smashing Pumpkins. Também consultar as datas e locais da digressão, limitada aos Estados Unidos. Uma pena. Talvez por isso, tenham sido simpáticos e cederam All That You Are para download. Basta clicarem no título com botão direito do vosso rato e “salvar como” para o vosso computador o MP3.

Peças Usadas

É impossível resistir a uma transcrição deste extraordinário diálogo entre duas brasileiras, numa manhã de ressaca amorosa [?!?], que abre Bananas du Brasil de 2005 dos Prototokyo:

– Ai que delícia esse lugar, não é bom?
– É muito bom, adoro praia!
– É tudo o que eu precisava!
– Eu também!
– Como é que passou a noite ontem?!
– Gente, foi muito bom, Tastemaker Three é um fofinho… um gatinho…
– Jura?! Vi vocês dois juntos e amei!
– Pois é, ele é super-romântico, sabe, a gente beijou a noite toda…
– Ai meu deus!
– Ele passa a mão no cabelo! Como foi o seu?!?
– Ai menina, mas o Ladies Sagittaria… olha vou te contar… ele é assim… um furacão!
– Nossa!
– Sabe, assim um furacão!?
– Sei!
– Eu tou cansadérrima, menina!

… depois disto, tão certo como o erro de português no título, segue-se um prenúncio de swingada. Deixando de lado interpretações maldosas e possíveis trocadilhos de mau gosto com o título, Bananas du Brasil anima qualquer fim de tarde numa esplanada. Vai uma caipirinha?!

Ruído da Máquina

To The Bobmobile
Let’s Go Bobmo
Institubes – 2007
Bobmo

Ungawa
Super [Electrical] Recordings
Omega Records – 2007
Chow Nasty

Map Of Africa
Map Of Africa
Whatever We Want – 2007
Map Of Africa

All That You Are
All That You Are
Cult Hero – 2007
Lismore

Bananas du Brasil
Prototokyo
Domo Records – 2005
Prototokyo

Nota: A minha Máquina do Hype é publicada todas as segundas-feiras.
Os MP3s desta edição são autorizados, expressamente e por escrito, pelo[s] respectivo[s] autores[s] e serão retirados em 24 horas.

A Máquina do Hype #07

Hype #07
© The Cobra Snake

Peças Novas

Não sei bem em que categoria é que se encaixa Dan Deacon, suponho que na da electrónica experimental, mas como tem formação musical clássica, se algum experimentalismo há, será calculado e erudito. Fugindo a esta coisa terrível das categorias, o último álbum dele, Spiderman of the Rings, é uma cacofonia de sons, bem medida e bem misturada. Até nos momentos mais bizarros, como nos coros de Wham City [12 minutos de duração!] e The Crystal Cat, ambas no MySpace dele para download gratuito e legal. Resumindo: uneasy listening no seu melhor.

Peças Soltas

O cruzamento é estranho: Seek Zag Lazer é alemão e Mao Dou Mao chinesa, juntos dão pelo nome de Tyskerhår. A música que fazem é cheia de energia, Workout é um bom exemplo disso, até porque faz lembrar a banda sonora de um jogo de acção. No MySpace deles encontram ainda Chinese Nipplez, C Pop e Shangai Lapdance, tudo para download gratuito e legal. Também podem comprar directamente o CD de apresentação, com pouco mais de uma dezena de músicas, algumas decentes, outras nem tanto, mas 98% mais interessantes do que aquelas que se ouve na rádio, como explicam os próprios. A honestidade só lhes fica nem.

Peças Usadas

Al Green. Poupem-me o esforço do “copy & paste”, o melhor será lerem a entrada na Wiki, que não é muito exacta, mas serve, ou então façam uma visita ao site oficial do homem. Sem clássicos como Let’s Stay Together, Tired Of Being Alone ou Love And Happiness nada disto teria muita graça. Deixem-se ofuscar pela voz, e pelo inacreditável fato axadrezado!, neste vídeo de 73, um dos anos da melhor década dele.

Medição e Ensaio de Peças

A editora Get Physical está a comemorar 5 anos de vida, para assinalar a data, está no Ruído In White Rooms da dupla Booka Shake, formada por Walter Merziger e Arno Kammermeie, dois dos fundadores da Physical. A comemoração levará à edição de 5 Years of Get Physical, CD duplo com temas novos e remisturas de “clássicos”, nas lojas a 11 de Junho, e a uma digressão colectiva pela Europa. Da lista de países não consta, pelo menos para já, Portugal. Que atraso de vida. Quanto a White Rooms, ou qualquer outra música dos Booka Shade [ver arquivo], é tão física e palpável como a própria editora. Não se esperaria outra coisa.

Ruído da Máquina

The Crystal Cat
Spiderman Of The Rings
Carpark Records – 2007
Dean Deacon

Workout
Myspace.com/tyskerhar – 2007
Tyskerhår

In White Rooms
Movements
Physical – 2006
Booka Shade

Nota: A minha Máquina do Hype é publicada todas as segundas-feiras.
Os MP3s desta edição são autorizados, expressamente e por escrito, pelo[s] respectivo[s] autores[s] e serão retirados em 24 horas.