Café Haffa, arrabaldes de Tanger, olhos nos olhos pedi-lhe o que me tinha roubado, e acrescentei, que não queria confusão, só aquilo que me pertencia. O dinheiro gastei-o todo nisto!, explicou-me olhando para uma pedra de haxixe que tirou do bolso. Retorqui que não queria saber, que só estava ali pelo meu caderno de viagens, ponto final. O tipo apontou para o wc, Está ali!, depois alisou o bigodinho manhoso e ficou a olhar para mim de braços cruzados. Saí de lá como entrei, sem o meu caderno, mas com uma certeza, naquele dia no Haffa ninguém se queixaria de falta de papel higiénico.