Nothing In the News – Newspapers From Around The World With Nothing In Them (Nada Nas Notícias – Jornais Do Mundo Sem Nada Neles) é um projecto de Joseph Ernst, onde à excepção do título, a primeira página de vários jornais internacionais estão absolutamente vazias. Uma reflexão sobre a saturação de notícias, o clickbait, as fake news e tudo o resto a que estamos sujeitos. Na imagem, e que bem que sabe vê-lo assim, o nosso Correio da Manhã.
Etiqueta: Imprensa
Viagens de Bolso
Literatura Bonsai, que entretanto mudei de título para Viagens de Bolso, é uma série de micro-histórias de viagem [cada uma delas não ultrapassa as 100 palavras] ilustrada por mim, publicada no suplemento de viagens do jornal suíço alemão Die Wochenzeitung. A tradução é da minha amiga Katja Alves, e fica aqui um agradecimento a Esther Banz, editora.
Clique aqui [atenção: demora a carregar] para ver um recorte do Die Woz, ainda que o melhor será ler primeiro os originais, em português. Ficam aqui algumas, com tempo colocarei outras.
Bonsai Literature, title that meanwhile I have change to Pocket Travel, is a series of micro-travelling stories that only have 100 words each, published in the traveling supplement of the swiss german newspaper Die Wochenzeitung. They are translated by my friend Katja Alves – and I also would like to say thanks to Esther Banz, editor. Click here to see a newspaper clip of Die Woz. Meanwhile, I will manage to translate them into english and post them in here.
Viagens de Bolso: Call Center Emocional
Anjushri tinha um ar cansado, o que era natural, vivia em Mira Road, subúrbios de Bombaim, e trabalhava como telefonista num centro de atendimento de uma multinacional americana. A única alegria que tinha no trabalho era a de poder usar o nome Marilyn Monroe e passar horas a fio ao lado de Kamraj, um rapaz a quem os clientes tratam por JFK. Um dia, entre chamadas, teve uma oportunidade para dizer que o amava, mas como estava com um problema de voz, o JFK não a ouviu. Ficou tão revoltada com aquilo, que pediu para mudar de nome e lugar. Agora chama-se Mónica e está sentada ao lado do Bill.
Viagens de Bolso: Telepatia Pura
Conheci-o em Sófia, na Bulgária, chamava-se Stanimir e tinha a mania que era telepata. Contou-me que foi uma das 51 pessoas escolhidas para participar na experiência de telepatia entre a Terra e a nave Apollo 14 em 1971. Eufórico, confessou-me, que conseguiu adivinhar 26 das 200 frases que o astronauta Edgar D. Mitchell escreveu a bordo, perguntei-lhe se sabia o que é que eu estava a pensar naquele momento. Ficou estático durante 1 minuto, em estado de concentração pura, depois começou a rir-se sozinho e disse-me que não percebia patavina de português.
Viagens de Bolso: Diário Público
Café Haffa, arrabaldes de Tanger, olhos nos olhos pedi-lhe o que me tinha roubado, e acrescentei, que não queria confusão, só aquilo que me pertencia. O dinheiro gastei-o todo nisto!, explicou-me olhando para uma pedra de haxixe que tirou do bolso. Retorqui que não queria saber, que só estava ali pelo meu caderno de viagens, ponto final. O tipo apontou para o wc, Está ali!, depois alisou o bigodinho manhoso e ficou a olhar para mim de braços cruzados. Saí de lá como entrei, sem o meu caderno, mas com uma certeza, naquele dia no Haffa ninguém se queixaria de falta de papel higiénico.
Viagens de Bolso: Senti-me Grego
A subida é violenta, leve muita água!, não liguei ao aviso, é claro que quando cheguei lá em cima, à Acrópole, estava ensopado em suor e quase a desmaiar. Pedi com licença e sentei-me no meio de um grupo de americanas de meia-idade. Uma delas, Laurie, numa voz mais do que estridente, perguntou-me se precisava de ajuda. Olhei para o chapéu dela, na frente tinha uma ventoinha alimentada por um minúsculo painel solar e no topo um regador em miniatura, pedi-o emprestado. Senti-me ridículo com aquilo na cabeça, mas passei a acreditar no turismo sustentado. Hallelujah!, gritou a Laurie.
Michel Houellebecq: Pessimista Lúcido
Filho de um guia de montanha e de uma anestesista, Michel Houellebecq nasceu franzino e tristonho a 26 de Fevereiro de 1958 na Ilha da Reunião. Aos seis anos, os pais preocupados com a sua educação, deixaram-no ao cuidado da avó paterna que vivia em Franca, sendo dela o nome de família que viria a adoptar, Houellebecq (pronuncia-se uél-bé-que).
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Bruce Chatwin: O Último Viajante
Filho de uma família de classe média inglesa, Bruce Chatwin nasceu em 1940 em Birmingham e fez os estudos primários e secundários em Marlborough. Aos 18 anos abandona a escola para começar a trabalhar na famosa casa leiloeira Sotheby’s, onde tem uma ascensão profissional muito rápida graças à intuição natural que possui para descobrir obras de arte falsificadas.
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Sam Shepard: Capitão América
Samuel Shepard Rogers, os amigos tratavam-no por Steve Rogers, nasceu numa base militar, Fort Sheridan, Illinois, a 3 de Novembro de 1943.Cresceu numa quinta, onde à medida que foi assistindo às sucessivas bebedeiras do pai, fez de tudo um pouco para ajudar a mãe: apanhou laranjas, ordenhou vacas, tosquiou ovelhas, mas aos dezanove anos não aguentou mais e mudou-se para Nova Iorque.
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Ryszard Kapuscinski: Um Polaco Apaixonado Por África
Licenciado em História pela Universidade de Varsóvia, Ryszard Kapuscinski [1932, Pinsk] começa a sua carreira como jornalista num jornal dessa cidade, o Sztandar Mlodych, em 1955. É enviado como correspondente da Agência Polaca de Notícias para a Ásia nesse mesmo ano, depois de assinar um série de reportagens irónicas sobre a reconstrução da Polónia que desagradam o poder local.
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